segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Esconderijos do Tempo (Mario Quintana)



É uma delícia ler Quinta, sorrir com seu humor, saborear suas paixões, apreciar suas reflexões. Poesia leve, cotidiana, encantadora.

Eu queria ler um poema de Quintana todo dia pra espantar o concreto que cai sobre a gente.

Moda Intuitiva (Cris Guerra)



É difícil explicar quão pouco eu me interesso por moda, por isso, o fato de eu ter lido este livro da querida amiga Cris Guerra tão rapidamente é um enorme elogio à sua escrita.

Aliás, dizer que a Cris escreve muitíssimo bem não é original faz tempo. Ela dá poesia e ritmo a cada linha e, mesmo quem não entende e não tem afinidade com o assunto como eu, segue o livro com prazer. Imagina os apaixonados pelo tema, então?

Parabéns, Cris, e que venham outros sobre o que você quiser falar.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Os Últimos Quartetos de Beethoven



Luis Fernando Veríssimo é praticamente certeza de um livro delicioso. Esse, por exemplo, eu li em poucas horas e adorei cada segundo.

Alguns textos têm o humor que a gente conhece e ama, mas outros são surpreendentemente sérios e até mesmo pesados, como o conto "A Mancha".

Eu conhecia apenas uma das histórias e posso dizer que, mais uma vez, valeu demais ter um livro do Veríssimo nas mãos. Aliás, como sempre.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

O Velho e a Bola (Maneco Müller)



Nilton Santos foi um dos jogadores mais emblemáticos da história do Botafogo e do futebol brasileiro. Um craque de bola que jogava na defesa sem dar chutão, um homem educado, consciente e ético.

Dei esse livro de presente pro meu pai e ele logo recomendou que eu o lesse também. Li de um dia pro outro e fiquei ainda mais fã da Enciclopédia do Futebol, não apenas pelo que ele jogava, mas também pela pessoa que foi.

Nilton nos deixou faz pouco tempo e, se você gosta de futebol, vale ler a obra e conhecer um pouco mais dessa figura que parece ser o oposto do estereótipo que temos dos jogadores de futebol.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Amor em Pedaços (Renata Feldman)



Eu sou suspeito para falar qualquer coisa da Renata Feldman porque admirava seu trabalho como publicitária e admiro quase tudo o que ela escreve. Ainda assim, não posso deixar de mencionar que delícia foi ler esse Amor em Pedaços.

Textos que falam do que todo mundo sente de um jeito que só a Renata escreve. Mais do que vontade de ler, é um livro que dá vontade da gente escrever.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Pavor Espaciar (Gustavo Duarte)



Chico Bento é um dos meus (e da Sophia) personagens favoritos criados pelo Maurício de Sousa. Essa aventura com ETs que inclui Zé Lelé, Torresmo (o leitão) e Giselda (a galinha) é belissimamente ilustrada e muitíssimo divertida.

Seguindo a linha de edições especiais para os 50 anos da turminha, esse é um livro para guardar, ler, reler e rir de novo muitas e muitas vezes.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Oceano Mar (Alessandro Baricco)



Alessandro Baricco me agradou muito nos dois outros livros dele que li. Nesse, confesso, fiquei um pouco entediado por volta da página 70, mas depois da fase "chata" que dura umas 20 ou 25 páginas, o livro ganha força novamente e termina com uma nota extremamente positiva.

As histórias de várias pessoas que se encontram em uma estalagem surreal em frente ao mar são contadas com o toque poético de Baricco e, se nem sempre mantêm um ritmo fácil, vão construindo uma expectativa muito bem respondida no final.

O fantástico que vem do mar e transborda para a vida das pessoas retratado por um ótimo escritor.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O começo e o fim (Vários autores)






O Livro de Graça na Praça é um dos projetos mais bacanas que eu conheço. Reunindo autores de diversos estilos e "fama", seu objetivo é distribuir livros cada vez mais bem produzidos gratuitamente. Um evento que reúne todo tipo de leitor e que já é tradição em BH e em muitas outras cidades.

Em 2013, os 24 autores do livro escreverem sobre o tema "O Começo e o Fim", criando um mosaico de estilos e visões que reflete a diversidade de prazeres que a literatura pode oferecer.

Se tudo der certo, quem sabe eu expando minha atuação e vou além do livro infanto-juvenil na próxima edição?

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Manual do pai solteiro (Aggeo Simões)



Custei, mas li o livro do meu amigo Aggeo Simões que fala sobre as agruras, aventuras e belezuras de ser pai e solteiro.

Mesmo não estando 100% no público-alvo original da obra, gostei muitíssimo e acho, inclusive que muitas dicas servem otimamente para pais casados e até para solteiros sem filhos.

Leve mesmo quando fala de temas sérios, o Manual do Pai Solteiro é daqueles que se lê em uma sentada e que deixa uma sensação boa de termos aproveitado algo feito com absoluto carinho.

Cada homem é uma raça (Mia Couto)



Este livro de contos é quase uma tese sobre como seria a literatura Rosiana se o velho João Guimarães houvesse nascido em Moçambique e não em Minas.

Exagero meu? Claro que sim. Mas é bastante grande o prazer de ver Mia Couto revigorando e reinventando o português a partir de uma realidade africana. As histórias, algumas de um realismo fantástico e outras muitíssimo humanas compõem um livro delicioso de ler e saborear, descobrindo pequenas maravilhas em certas frases.

Leitura recomendadíssima de um autor que é preciso descobrir mais.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O filho de mil homens (Valter Hugo Mãe)



O cara escreveu "A Máquina de Fazer Espanhóis". Bastaria. Mas ele escreveu também esse primor que é "O Filho de Mil Homens" e eu agradeço penhorado.

Valter Hugo Mãe foi por um caminho que eu não esperava, com menos humor e mais otimismo (parece contraditório?) do que na "Máquina", mas com a mesma prosa poética e belíssima que faz a gente ficar esperando a próxima linha.

É um livro sobre solitários que se amalgamam, se completam e preenchem seus vazios muitas vezes tão absurdos e violentos.

Histórias que tinham tudo para dar errado, finais de linha, pessoas a ponto de desistir, de pular, de sumir e a beleza dos novos começos, de gente que muda mundos com um ato.

Outro livraço de um grande autor.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

My Bloody Roots (Max Cavalera)



Indo direto ao ponto: é livro pra metaleiro. Se você não é fã de Sepultura como eu sou, nem se importe em ler.

"My Bloody Roots" não passa de um grande depoimento de Max Cavalera sobre sua história, sua bebedeira, sua relação com a banda. Nada de muito novo e tudo muito com um ponto de vista único, já que não se ouve o outro lado.

Repito, se não for fã, é bobagem chegar perto, porque não é bem escrito, surpreendente ou instigante. Vale para os fãs. E mesmo assim com ressalvas de que falta mesmo um olhar imparcial sobre a coisa toda.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Fortunately, the milk (Neil Gaiman)







Eu sempre sou suspeito pra falar de Neil Gaiman, principalmente quando ele escreve com foco maior nas crianças. Ainda assim, vai aí o meu pitaco e que você descarte o que achar por bem descartar.

O fato é que achei "Fortunately, the milk" simplesmente delicioso. O pai distraído que sai pra comprar leite e volta com as histórias mais loucas para justificar o atraso é muito bacana e ainda tem o filho incrédulo e a filha sonhadora pra completar o cenário.

De qualquer forma, um texto que mistura alienígenas, um deus antigo, piratas e dinossauros, tudo com a mão certa do Gaiman, não poderia mesmo decepcionar um crianção como eu.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Freddie Mercury - A biografia definitiva (Lesley-Ann Jones)



Eu já conhecia bastante bem a história do Queen, mas resolvi ler mais uma biografia e me aprofundar na trajetória de Freddie Mercury, como bom fã da banda.

O livro lembra bastante a biografia do Metallica que li há pouco tempo: vale a pena para fãs, mas não é lá grandes coisas para o público geral. É que os detalhes e casos da banda só atraem quem gosta mesmo da música dos caras.

É um livro às vezes confuso na cronologia e que, embora nnao seja mal escrito, também não empolga.

Uma experiência apenas ok, nada memorável.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Laços (Vitor Cafaggi e Lu Cafaggi)



Uma aventura que mostra a busca pelo Floquinho se transforma em uma ode à amizade da Turma da Mônica.

Um graphic novel linda, emocionante e que só estreita os nossos laços com uma turma que faz ou fez parte da vida de quase todos nós.

Guardei pra Sophia e tenho certeza de que um dia ela vai ler e se emocionar, rir e curtir tanto quanto eu.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

A Infância de Jesus - J. M. Coetzee



Mais um livro do Coetzee, mais uma obra que eu leio com prazer. A história de um homem e um garoto que chegam a uma terra nova feita para quem quer abrir mão do passado e começar de novo. Um lugar onde todos têm o básico, mas onde os prazeres não têm valor e o "artístico" é considerado deficiência da alma.

O adulto Simón e o menino Davi vão aprendendo a se adaptar e mudam as próprias vidas e de outras pessoas no caminho.

Uma história linda, que fala sobre aquilo que realmente precisamos para viver e que questiona o que é verdadeiramente cuidar de alguém.

Só tive um probleminha com o livro. O título. É que no livro não tem nenhum Jesus e aí eu fiquei meio perdido, sem entender se a história se relacionava de alguma forma com a vida do Cristo. Se a ideia era essa, não percebi. Mas provavelmente é só burrice minha mesmo.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

The Ocean At The End Of The Lane (Neil Gaiman)




 Certos escritores escrevem do jeito que a gente gosta de ler. Embora eu não tenha necessariamente vontade de escrever como Neil Gaiman, eu gosto praticamente de tudo o que ele escreve e, assim que começo a ler, é impossível parar.

Isso acaba de acontecer novamente, dessa vez com o The Ocean At The End Of The Lane, livro mais recente do autor que ainda não tem tradução em português. Da primeira à última linha eu fiquei preso pela obra, curtindo os personagens sempre bem construídos, a narrativa detalhada e gostosa, a história inusitada que nos faz pensar "como esse cara pensou nisso"?

Sou fã de Gaiman e talvez isso já me predisponha a gostar do que ele escreve, mas achei "The Ocean..." muitíssimo bom. A história de uma criança de 7 anos que se envolve com um mundo tão maior que ela, cheio de monstros e poderes estranhos, mas que ainda teme acima de tudo os adultos é cheia  de significado para quem educa um filho.

Um livro que se lê de uma sentada e que não se esquece por um bom tempo.


PS - Sophia mandou avisar que acabou de ler esse livrinho do Garfield e achou muito legal.



quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O Chamado Selvagem (Jack London)



Quando eu era criança, meus pais me deram uma coleção com clássicos da literatura infantojuvenil contados pela turma do Sítio do Picapau Amarelo. Dois me marcaram muito: A Ilha do Tesouro e O Chamado Selvagem.

Mesmo não sendo o texto original, as histórias me encantaram e agora, fechando o ciclo de ler livros que eu conhecia, mas não tinha lido, reli (ou li, como queiram) O Chamado Selvagem.

Foi tão emocionante e marcante como da primeira vez. Que livro bacana, que história legal, que vontade de ter 12 anos para ler pela primeira vez de novo.

Buck é realmente um dos maiores, senão o maior personagem animal da literatura de todos os tempos. Confesso que cheguei a deixar escapar uma lágrima enquanto lia caminhando pela rua.

As Aventuras de Pinóquio (Carlo Collodi)



Seguindo minha onda de ler livros que eu "conhecia", mas nunca tinha lido de verdade, cheguei a Pinóquio.

O filme da Disney até que segue bem o conteúdo da obra, ao contrário de Mogli com O Livro das Selvas, mas o texto é beeeeeem mais pesado, sarcástico e com muito mais aventuras e desventuras do boneco italiano.

A Cosac Naify caprichou no cuidado com a edição, as ilustrações são lindas e esse é o tipo de livro que faz a gente pensar "putz, será que dá pro meu filho ler isso agora?". Muita gente morre, é preso, tem membros amputados, enfim, a coisa oscila entre o mágico e o mórbido, mas mantém a mensagem que já conhecemos de que se deve trilhar pelo caminho reto para colher as recompensas de uma vida virtuosa.

Gostei bastante e vou guardar pra Sophia ler. Talvez não agora, mas um pouquinho pra frente, sem dúvida.


terça-feira, 6 de agosto de 2013

On The Road (Jack Kerouac)



Entrei numa onda de ler aqueles livros de que eu só conhecia a história, mas nunca tinha visitado diretamente a fonte.

O primeiro foi On The Road. Sinceramente, não achei exatamente ruim, mas achei chato. Acho até que a tradução possa ter prejudicado um pouco a experiência, mas me parece que não é só isso.

Dean Moriarty é um personagem exagerado, as descrições são demoradas, a história em si não traz grandes surpresas ou tramas. E se o final emociona, certamente não vale tudo o que se tem que passar para chegar até ele.

Entendo que a obra tenha sido relevante por ter feito parte de um movimento, por estar presente em um momento importante da sociedade e da cultura em meados do século XX, mas o livro tem o prazo de validade expirado na minha opinião.

Vale como fonte de consulta sobre um época, mas como literatura não me encantou.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

O Meu Pipi (tradução de Mario Prata)



O Meu Pipi é (ou foi) um dos blogs de maior sucesso na Europa e acabou se transformando em livro. Tanto em um quanto em outro, um humor sujo, grosseiro, que desrespeita mulheres, homossexuais e religiosos, além de fazer dos palavrões uma presença constante.

Não é livro erótico, é livro de sacanagem. E a coisa é tão pesada que o leitor permanece anônimo (pelo menos permanecia quando o livro foi lançado).

Aí vem o outro lado da coisa. Os textos são muitíssimo bem escritos e em certas passagens é quase impossível, para os mais toscos como eu, não rir alto.

Sabe humor baixaria de adolescente, escatologia e total desrespeito por tudo? Pois é, é bem por aí. E se eu achei muito engraçado, sei que a maioria das pessoas acharão ofensivo.

De qualquer forma, fica aqui o meu pitaco sobre a obra.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Milagrário Pessoal (José Eduardo Agualusa)



Milagrário Pessoal é um livro para quem já gosta de ler. Provavelmente não é ideal para iniciar nos prazeres das letras aqueles "virgens" no assunto, mas certamente é capaz de avivar a paixão daqueles já iniciados.

É um livro que navega pela língua portuguesa na Ásia, na África, na Europa e nas Américas. Fala muito do Brasil, nos faz pensar no que são milagres e parte da interessante premissa de alguém que coleciona e que busca os neologismos perfeitos.

Um livro delicioso para quem se dedica a escrever, para quem ama a língua portuguesa e para quem curte ver as pessoas transformando as palavras e vice-versa.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Beatriz (Cristovão Tezza)



Cristovão Tezza é um cara que trata as palavras com carinho. Cada frase sua parece ter sido pensada e reescrita até chegar naquele ponto exato.

Ainda assim, comecei a ler Beatriz com uma pontinha de decepção, afinal, não era "O Filho Eterno", primeiro livro que li do autor e que me deixou impressionado.

Mas aí eu segui a leitura e descobri um novo prazer a cada linha, a cada história e percebi que o livro era outro e que seria injusta a comparação. Resultado? Achei Beatriz um livro delicioso.

Bem escrito, bem cuidado, com bons enredos e que merece um lugar de destaque como leitura para um feriadão como o que passou.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Tesouros, Fantasmas e Lendas de Ouro Preto (Angela Leite Xavier)


Não é segredo para ninguém a minha paixão por Ouro Preto. Acho a cidade linda, alegre, assustadora e romântica, tudo ao mesmo tempo. E isso nem tem a ver com o fato dos meus pais terem se conhecido lá.

De qualquer forma, ler esse Tesouros, Fantasmas e Lendas de Ouro Preto é travar conhecimento com o passado íntimo da cidade. É se arrepiar de medo com alguns casos e imaginar o que já deve ter acontecido no porão da casa onde passei tantos bons dias da minha vida.

É leitura leve, gostosa e que faz a gente ficar ainda com mais vontade de passar uns dias em Ouro Preto, mesmo que com uma pontinha de medo às vezes.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Reparação (Ian McEwan)



Estou cada vez mais fã de Ian McEwan. O cara escreve muito bem, as histórias têm ritmo e, no caso específico de Reparação, a gente realmente se emociona com o livro.

É simplesmente sensacional a forma como um pequeno mal entendido, como uma mente inventiva e teimosa podem mudar a vida de tantas pessoas e como o arrependimento é uma força motriz quase tão poderosa como o ódio ou o amor.

Aliás, fiquei muito feliz de não ter visto o filme e de poder me surpreender com as reviravoltas da história a cada página. Robbie Turner e Briony Tallis são daqueles personagens que a gente não esquece com o tempo e fica com vontade de conhecer pessoalmente.

Reparação é uma grande obra e eu recomendo com muito gosto.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Onde Foi Parar Nosso Tempo? (Alberto Villas)



O primeiro livro que li de Alberto Villas foi "O Mundo Acabou", que achei bem bacana. Por isso, quando o Sergio Gariglio me ofereceu emprestado o "Onde foi parar nosso tempo?", aceitei sem pestanejar.

O livro é igualmente divertido e fala direto com aqueles que viveram a década de 70 (ou antes) e se lembram com saudade de alguns produtos e maneiras de fazer as coisas, desde lavar fraldas de pano até esperar duas semanas para sua carta ir e a resposta voltar.

E tudo fica ainda mais gostoso pelas raízes mineiras do autor, deixando as situaçnoes e termos mais próximos da nossa memória.

Uma viagem pelo tempo que não foi pra lugar nenhum e que continua bem vivo na nossa memória.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Diálogos Impossíveis (Luis Fernando Veríssimo)



Essa coletânea de textos do Veríssimo talvez não tenha os melhores diálogos dele, ams ainda assim rende boas risadas em alguns momentos.

Alguns deles, é claro, são geniais e como saíram em jornais que não leio, para mim foram todos inéditos.

Boa compra, boa leitura, boa diversão.

Agrestes (João Cabral de Melo Neto)



Eu sou um leitor bissexto de poesia, o que talvez explique minha falta de entusiasmo com o livro Agrestes, de João Cabral de Melo Neto.

O trabalho não me emocionou, não mexeu comigo e nem foi uma leitura instigante. A parte do Recife, principalmente, passou como se eu não tivesse lido. Fiquei decepcionado, mas isso talvez diga mais sobre mim do que sobre o próprio livro.


Talvez eu precise ler mais poesia, talvez João Cabral não seja pra mim. Só sei que não gostei.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Ouro da Casa (Vários autores)



Os 50 anos da Mauricio de Sousa Produções estão rendendo. Essa é a quarta edição especial com autores diferentes dando sua versão da turminha com o próprio traço.

Nesse caso, no entanto, as versões são dos próprios funcionários ou ex-funcionários da MSP. Gente que conhece a turma de perto e que traz nas histórias pedaços de bastidores e da memória dos personagens.

Mais um livro que vai ficar lá em casa para a Sophia ler e guardar. Uma obra importante para quem, como eu e ela, adora a Turma da Mônica e sabe que Mauricio de Sousa, se não é gênio, está bem próximo.

terça-feira, 26 de março de 2013

Bonequinha de Luxo (Truman Capote)







Eu não havia visto o filme Bonequinha de Luxo, o que foi ótimo para ler o livro. Achei simplesmente genial tanto a história quanto o estilo de Capote (que eu já conhecia) e fiquei realmente entusiasmado com a obra.

Mas o melhor é que esta não é o único conto do livro. Além dele existem outros três pequenos contos, sendo que Memória de Natal é tão brilhante quanto o próprio Bonequinha de Luxo.

Um pequeno grande livro que eu recomendo com uma boa dose de prazer e suspiros por Holly Golightly.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Cartas perto do coração (Fernando Sabino e Clarice Lispector)



Dois grandes escritores começando uma carreira, começando uma amizade e se correspondendo para falar de angústias, medos, incertezas e alegrias com uma poesia que é só deles.

Uma delícia de ler essa troca de correspondências entre dois monstros em formação (e depois entre dois monstros já reconhecidos como tais).

Além das próprias vidas, falam de Guimarães Rosa, das obras em construção e deixam a certeza de que o mundo já foi um lugar mais bonito para se ler (e escrever).

Jim Henson - The Works (Christopher Finch)



Eu considero Jim Henson um dos grandes gênios da cultura infantil. Seu trabalho com os Muppets e com a Vila Sésamo é uma prova de que a inteligência, o bom humor e o carinho atravessam fronteiras e formam uma linguagem universal.

Ler sobre a vida dele só me fez acreditar que de tempos em tempos surgem alguns seres humanos especiais e que cabe ao mundo aproveitar o melhor deles. No caso de Jim Henson, seu trabalho e sua maneira de ser transformaram muitas vidas, o que me leva a crer que ele foi realmente um talento bem aproveitado por todos nós.

O livro tem cenas maravilhosas, imagens únicas e vale muito a pena para os fãs como eu. Se você quer conhecer Jim Henson, a obra pode assustar pelo volume de informações, mas não se intimide. Você vai acabar a leitura como eu acabei, doido para ver o resto das coisas dele que ainda não viu.

quinta-feira, 14 de março de 2013

O Remorso de Baltazar Serapião (Valter Hugo Mãe)



Um livro feito de misérias e feiúras e tristezas. "O remorso de Baltazar Serapião" conta a saga do filho mais velho de uma família desgraçada em cada detalhe, desde a suposição de serem filhos de homem com vaca, até a violência muda do pai contra a mãe.

Uma herança terrível que leva a caminhos terríveis e, mesmo quando assinala alguma redenção, sabemos que não há saída.

Escrito uns cinco anos antes de "A Máquina de fazer espanhóis", esta obra mostra um Valter Hugo Mãe ainda em desenvolvimento, mas já com as credenciais que fariam dele o autor de pelo menos uma obra inesquecível.

Não é uma obra-prima, nem é o melhor já feito pelo autor, mas é leitura boa para quem encara uma escrita com personalidade difícil e tudo de bom e complicado que vem com ela.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Sem Sangue (Alessandro Baricco)



Outro livro que li no final de semana e outro autor de quem já conhecia um livro. Este Sem Sangue não se parece muito com o maravilhoso Seda a não ser por seu pequeno tamanho, mas não deixa de ser uma bela obra.

Um homem assassinado, uma vingança, tudo descrito com cuidado e com toques de leveza.

A história é muito bacana e me fez querer ler ainda mais coisas do Baricco. Recomendo muito.

My Brother's Book (Maurice Sendak)



Eu amo "Onde Vivem os Monstros", outro livro de Maurice Sendak. Acho que é uma obra-prima. My Brother's Book não chega a tanto, mas também é um livro muito legal sobre viagens que fazemos para encontrar uma parte nossa.

Ilustrações lindas completam o cenário e dá gosto ler. Gostei bastante.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Metallica - A Biografia (Mick Wall)



Existem alguns motivos para se ler uma biografia. Nos casos de "O Santo Sujo", sobre Jayme Ovalle e escrita por Humberto Werneck e "Estrela Solitária", sobre Garrincha escrita por Ruy Castro, a própria vida dos personagens vale a leitura. Seja você é fã deles ou não, a história e as pessoas já garantem que vai valer a leitura.

Outra situação são os livros muito bem escritos que te fazem não parar de ler, mesmo que você não conheça ou se interesse tanto pelos biografados. Exemplos são o "Born Standing Up" do Steve Martin e o "Bossypants" da Tina Fey.

No caso de "Metallica - A Biografia", a coisa é diferente. O livro é bem legal se você for fã, caso contrário, bobagem.

Eu, como sou fã do grupo desde que fui apresentado à banda por meu amigo Alexandre Magno lá pelos idos de 1986, curti bastante. É bem verdade que o álbum preto foi o último que comprei e que de Load e Reload pra cá eu quase não sigo mais o movimento dos caras, ams é muito bom saber do começo do grupo, da treta com Dave Mustaine, do lance do Napster e, principalmente, tudo o que envolveu Cliff Burton antes e depois da sua morte.

Terminei o livro sem mudar minha visão sobre a banda. Um grupo que foi muito foda, que se tornou gigantesco e que abriu seu público de uma forma nunca antes vista para uma banda de metal.

Vale muito a viagem. Mas só se você for fã dos caras.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Através do Espelho (Lewis Carroll)


Antes de mais nada, se você viu os filmes da Disney e de Tim Burton, você não conhece a história de Alice.

Em segundo lugar, eu li separadamente Aventuras de Alice no País das Maravilhas e Através do Espelho e acho que fiz uma grande bobagem. O ideal é ler na sequência e curtir a história inteira, percebendo detalhes, personagens e todo o clima da obra.

Gostei muitíssimo de Através do Espelho e esse é, sem dúvidas, um livro que vou guardar para a Sophia.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A Queda (Diogo Mainardi)



Eu acho Diogo Mainardi um péssimo articulista. É um cara maniqueísta e incapaz de aceitar qualquer visão ou opinião que não seja a sua. Ainda assim, despi-me de todo o preconceito para ler A Queda, já que o livro fala sobre Tito, o filho mais velho de Diogo que tem paralisia cerebral.

Gostando ou não de Mainardi, o cara é inteligente e sabe escrever. Por isso, o livro flui muito bem e a forma encontrada para contar a história é bem bacana.

Só senti falta de uma coisa: emoção. Sei que alguns acham uma sacanagem comparar obras, mas perto de "O Filho Eterno", por exemplo, o livro de Mainardi vira uma coluna de Veja. Precisando escolher (o que você não precisa), fique com o Cristóvão Tezza.

Entendam, considero o livro uma boa leitura, mas achei que a fresta sobre as emoções humanas do autor poderia estar mais aberta. "A Queda", de qualquer forma, está longe de ser uma perda de tempo.


terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Snuff (Chuck Palahniuk)



Chuck Palahniuk é um doidão no sentido mais amplo da palavra. O cara escreveu Clube da Luta, Monstros Invisíveis e agora eu leio esse Snuff, que se passa no set de um filme pornô em que uma atriz quer transar com 600 homens na sequência e bater o recorde mundial.

Gente estranha, lugares insólitos, tramas cheias de loucuras e reviravoltas. Se os livros de Chuck fossem uma pessoa, seriam os mais exagerados drag queens. E Snuff não foge à regra.

Para quem gosta do estilo literário em questão, como eu, é um prato cheio. Para quem prefere os textos mais tradicionais, pode ser intencionalmente indigesto.

Na dúvida, arrisque. O cara é muito bom.

Belo Horizonte (24 autores)



A iniciativa do Livro de Graça na Praça é das coisas mais bacanas que acontecem em BH. Ano passado o projeto completou 10 anos e brindou o público com 24 textos de 24 autores diferentes, sempre com alguma relação com a capital mineira.

Meu amigo Carlos Henrique de Campos é um dos autores e dá um show com sua história que coloca um Elvis Presley aposentado morando em BH. Mas estão aí também muitos outros trabalhos bacanas que valem a pena a leitura da obra.

2013 tem mais, e quem gosta de ler não pode perder.

José e Pilar (Miguel Gonçalves Mendes)



De uma série de entrevistas com um dos maiores escritores do mundo (na minha opinião) e de sua mulher, sai um livro que mostra o lado privado do autor e sua companheira, mas também uma coletânea de frases e pensamentos inteligentes e intrigantes, mesmo que nem sempre próximos da visão de quem lê (no caso, eu).

Saramago corresponde mais ou menos ao que eu imaginava, mas Pilar foi uma surpresa por sua energia, seu "radicalismo" e, algumas vezes, sua incoerência.

É um casal que parece, no entanto, semelhante naquilo que realmente importa e, imagino, a morte de Saramago deve ter sido realmente difícil para a companheira.

Vale o registro do homem e de sua mulher. Se não é um grande livro, é um belo documento para quem gosta de ler.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Você e Suas Circunstâncias (Artur Eduardo)







Artur Eduardo deveria ser reconhecido pelo escritor divertido e criativo que ele é.

Deveria ter a obra lida por mais gente e elogiada por mais críticos. E é lógico que receberia tudo isso com a despretensão e a humildade que fazem parte dele.

Você e Suas Circunstâncias é um livro tão bom, senão melhor, que seu primeiro "O Treco", do qual já falei aqui.

Histórias bem humoradas, cotidianas ou não, em que o leitor é sempre o personagem principal. Divertido, leve e daqueles que dá vontade de reler logo em seguida pra memorizar os melhores momentos.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Até o dia em que o cão morreu (Daniel Galera)



Difícil imaginar que este seja um livro de estréia. Daniel Galera conseguiu me transportar para uma Porto alegre que mal conheço e me envolveu em um texto que devorei em menos de 24 horas.

Uma excelente leitura que, para mim, teve um único ponto falho já bem no finalzinho. Nnao tirou o prazer, mas deixou aquela sensação de "putz, isso foi QUASE PERFEITO".

Recomendo muito passear pelo mundinho pequeno do personagem por onde as outras pessoas entram como réstias de luz, sem compromisso de ficar e iluminando por um tempo breve o espaço.

É o tipo de obra que dá a sensação de que você mesmo poderia ter escrito, mas acredite, nada poderia estar mais longe da verdade.

Tinkers (Paul Harding)



Comprei esse livro quando estive nos EUA por indicação do vendedor da livraria e posso dizer que o cara acertou na veia.

Tinkers é um livro que caminha pela vida para falar da morte. Se tivesse uma cor, seria azul em seus mais diversos tons e transitaria entre o sonho, a paz e a certeza do fim.

Não é um livro leve, não é um livro direto, pelo contrário. Paul Harding consegue falar das experiências mais duras da vida com um toque de poesia. A rotina, a dor, o fim, tudo ganha tons poéticos e uma força indescritível.

As trajetórias de um pai e de um filho, seus pontos de encontro e desenvontro e cada um encontrando seu fim. Duas vidas totalmente diferentes entrelaçadas por um invisível fio comum.

Lindo livro.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Bossypants (Tina Fey)



Gostar de 30 Rock e de Saturday Night Live são bons motivos para ler Bossypants, mas estão longe de serem os únicos.

Antes de mais nada, Tina Fey é engraçada pra caramba. Daquelas que te fazem rir alto quando você lê o livro.

Em segundo lugar, Tina Fey não é só engraçada, mas é relevante e sabe rir de si mesma. Relevante porque fala de machismo nas grandes corporações, das dificuldades e das características que constroem um bom chefe. E sabe rir de si mesma por não ser o padrão de beleza americano, por ter inúmeras dificuldades em casa e no trabalho. Todos têm e poucos conseguem ser leves o bastante para lidar bem com isso.

É um livraço que faz você achar muito ruim quando acaba.


Homem que é homem não dança (Norman Mailer)







Sempre dizem que o filme é melhor que o livro, certo? Pois eu acho que Homem Que é Homem Não Dança seria um filme melhor que o livro.

Sabe aqueles policiais dos anos 60 com Robert Mitchum? É isso. Esse livro tem uma narrativa muito visual, reviravoltas e, embora não seja maravilhoso, tem aquela pega que te faz seguir até o final sem parar pra descansar.

O que incomoda mesmo são as relações entre homem e mulher na obra, mas aí o roteiro ajeita, a edição corta e a interpretação ajuda.

Recomendável, sim. Imperdível, nunca.