sábado, 30 de junho de 2012

Vermelho Amargo (Bartolomeu Campos de Queirós)


Tomates, um menino e sua família são os personagens deste livro que compara sentimentos e expressa perdas e amores com uma poesia lenta e forte.

As 65 páginas parecem 150 e isso não é ruim, muito pelo contrário, é densidade que se absorve a cada palavra e que fica com a gente.

Uma boa leitura, com trechos muitíssimo bem escritos e que consegue fazer do tomate quase que o protagonista de tudo, seja do tempo, da saudade ou da dificuldade de se dizer o que sente.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Linchpin (Seth Godin)


Eu sempre li Seth Godin em seu blog. Para quem não conhece, é um dos grandes pensadores sobre as novas tecnologias e seu impacto nas relações humanas, profissionais e mercadológicas.

Foi movido por isso que resolvi comprar "Linchpin" e, confesso, encontrei o que esperava. Godin escreve muito bem e discorre sobre temas complicados com bastante clareza e confiança. Explica causas, debate opiniões, mas não oferece receitas.

Ler Godin é receber um monte de dicas para você mesmo construir um mapa. Acho que o livro retrata muito bem a questão do conforto dos nossos medos e do perigo de transformar o que amamos fazer em um emprego ao invés de aprender a amar nosso trabalho. Hobbies não precisam gerar grana, mas o seu ganha-pão pode ser bem mais do que um simples ganha-pão.

Enfim, é uma obra de auto-ajuda com o que o termo possa ter de melhor. Especialmente recomendado para quem ainda pensa o mundo como ele foi na década de 90.

Cow Boy (Nate Cosby & Chris Eliopoulos)



Antes de mais nada, que projeto gráfico bacana. Em segundo lugar, que ilustras e que colaboradores legais. Em terceiro lugar, que historinha central supimpa.

Gostei bastante do Cow Boy, que conta a história de um menino de 10 anos que parece ser o único honesto em uma família de meliantes. Ele sai para resgatar seu pai da prisão armado de seu cavalo-de-pau / metralhadora.

As histórias intermediárias também são bem bacanas e o livro, que se lê em uma sentada, vale demais a pena. Esse eu guardei pra Sophia ler mais pra frente.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Sonhos de Trem (Denis Johnson)


Robert Grainier é um personagem do caralho. Uma pessoa que tem um hiato de felicidade ao longo da vida e que depois se consome em viver com seus próprios medos, sua própria rotina, suas próprias convicções que, se não são exatamente poderosas, são definitivamente irrevogáveis.

Um livro curto e emocionante que me fez marejar os olhos em público no capítulo 8. Uma história simples e tocante sobre a solidão e  sobre como alguns reagem à imprevisibilidade da vida.

Não sei dizer bem o motivo, mas me deixou um gosto de "Enquanto Agonizo" (William Faulkner) ao final da leitura, o que sempre é um ótimo sinal.

Eu daria de presente para alguém que gosto muito e torceria para a pessoa gostar muito também.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Cenas da Vida na Aldeia (Amós Oz)





Cenas da Vida na Aldeia acontece em um vilarejo de Israel que, aos poucos, se transforma em cidadezinha cult. No entanto, as histórias do livro são essencialmente sobre pessoas. Manias, relacionamentos, intrusos, desconhecidos, suspeitas e mistérios inssolúveis a cada capítulo.

São historinhas sem final, o que pode agradar muito a alguns (como eu) e exasperar outros, mas é impossível deixar de conjecturar sobre o que aconteceu, inventar desfechos e, sim, passar um pouco de raiva com aquela sensação de termos saído no melhor da festa.

É um livro pelo qual a gente cria afeição ao longo da leitura e que complementa, muito bem,, uma manhã em casa. Gostei bastante.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Liberdade (Jonathan Franzen)





Posso assumir uma coisa? Eu comprei esse livro porque o site me passou uma informação errada. O título "Liberdade" estava cadastrado como sendo de autoria do Jonathan Safran-Foer e eu, admirado pela oportunidade de adquirir um livro raro de um dos meus autores favoritos, fiz o pedido sem pestanejar.

Só fui perceber o erro quando o produto chegou lá em casa. Claro que na hora fiquei decepcionado, mas fui me informar sobre o livro e  logo percebi que poderia ter sido, ao final, um engano feliz.

Hoje, 600 e poucas páginas depois, confirmo minhas suspeitas. Um equívoco bobo me apresentou a um livro muitíssimo bom, que fala de um triângulo amoroso, de relações entre amigos e casais, de pais e filhos e de uma questão ecológica cada vez menos clara e com respostas menos definitivas.

"Liberdade" fala dos erros de cada um ao longo da vida, alguns passíveis de remendos e outros, não. Uma leitura que flui muito bem e que se aprofunda na medida certa em cada personagem, mesmo naqueles secundários.

Nunca foi tão bom comprar gato por lebre.